domingo, 16 de outubro de 2016

MEU PATRONO VISTO POR MIM – RITA HELENA NEVES

Patrono : Olavo Bilac.
Acadêmica : Rita Helena Neves.
Cadeira : 22
Meu Patrono Visto por Mim

Eleito o Príncipe dos poetas Olavo Bilac nasceu em um berço nobre, filho do primeiro Marquês de Maricá, de onde herdou sem dúvida, no sangue e na alma, sua austeridade
Teve uma infância cercada de histórias e hinos militares. o que contribuiu para o desenvolvimento de duas características muito presentes em sua obra... o nacionalismo e a imaginação
Em 1880, entrou para a Faculdade de Medicina, por vontade do pai, e depois Direito, sem concluir nenhum dos cursos
Olavo Bilac dedicou-se à poesia e ao jornalismo, publicou suas primeiras poesias, em 1883, na Gazeta Acadêmica. Nesse mesmo ano, conheceu Alberto de Oliveira e sua irmã Amélia de Oliveira, por quem se apaixonou, mas foi impedido de casar, pois a família não aceitava a vida boêmia do poeta..
No entanto foi na boêmia que provavelmente Bilac misturou a sua linhagem clássica à raça e ao tempero do povo,sempre presente em sua inspiração
Era um orador eloquente, que defendeu importantes causas políticas, a de maior destaque foi a luta em prol do serviço militar obrigatório. Em 1889, escreveu o Hino à Bandeira, mostrando todo o seu amor pela pátria e seu espírito rebelde,opondo-se ao governo de Floriano Peixoto foi preso e exilado em Ouro Preto, então capital de Minas Gerais, onde escreveu “O Caçador de Esmeraldas”. Em 1897, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
A bandeira brasileira, que é um símbolo nacional, foi homenageada por Olavo Bilac em seu hino à bandeira
“Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Olavo Bilac formou junto com Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, a famosa “Tríade Parnasiana”, inspirado na mitologia greco-romana, abordando-a nas poesias “O Julgamento de Frinéia”, “Messalina”, “Lendo a Ilíada” etc. O livro “Profissão de Fé” se tornou uma espécie de postulado do Parnasianismo. Para ele, o poeta deveria trabalhar as palavras minuciosamente, procurando a perfeição formal, a pureza linguística e a elegância do vocabulário.
Nos saraus e salões literários típicos da época, seus sonetos eram exaustivamente declarados. Segundo o poeta Manuel Bandeira, isso ocorreu em virtude da fluência de Bilac na linguagem e na métrica, além de sua sensualidade sempre à flor da pele. Para Bandeira, esse conjunto tornava-o muito acessível ao grande público. Embora fosse Parnasiano de alma, possuía uma sensibilidade próxima ao subjetivismo romântico. Veja isso no poema “Um beijo”:
“Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,"
Olavo Bilac faleceu aos 53 anos, no dia 28 de dezembro de 1918, em sua cidade natal, o Rio de Janeiro. Entretanto, seus poemas permaneceram vivos na Literatura Brasileira, sendo impossível falar no Parnasianismo Brasileiro sem falar em Olavo Bilac.
O que é Parnasianismo:
Parnasianismo é uma escola literária que surgiu na França em meados do século XIX, que tinha como objetivo a criação de "poesias perfeitas", valorizando a forma e a linguagem culta, e criticando o sentimentalismo do Romantismo.
Etimologicamente, a palavra "parnasianismo" surgiu a partir do grego "Parnassus", lugar onde, de acordo com a mitologia grega, viviam as musas e ninfas; além de ser a casa do deus Ápolo e da poesia. O nome deste movimento literário também foi escolhido em homenagem à primeira publicação parnasiana, intitulada "Le parnasse contemporain", que continha todas as características base desta escola.
Num dos mais belos poemas, Bilac revela todo o seu arrependimento de não poder ter vivido mais intensamente do que desejou.

"Remorso"

Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah ! Mais cem vidas ! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando !
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse !



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