Patrono: J. G. de Araújo Jorge
Acadêmica: Maria S. P. Silva
Kainha Brito
Cadeira: 14
Apogeu festivo
Aniversário da AVL
Ano III
Tema: Minha Infância
Ah! A minha infância. Ela foi intensa Cheia de aventuras, às
escondidas porque naquele tempo as criança apanhavam.
Passei minha infância e adolescência, numa vila sem luz
elétrica nem água encanada. Mas eu era feliz, era uma
menina que se encantava com a natureza e andava pelas
matas ao redor de casa, admirava os ninhos dos passarinhos
e os seus cantos. Que brincava com os bichinhos e com suas
bonecas de milho. Gostava de deitar nas sombras das árvores
e ouvir o chiar das folhas ao vento. Ah! Como era lindo! Um
encanto. Córregos de águas azuis e transparentes entre as
matas, me faziam parar por horas, a observar seu curso,
admirando as flores nativas, que se desprendiam de suas
hastes e desciam pelas águas.Tinha também, um igarapé e
sua água, era límpida mostrando as pedrinhas e peixinhos
ao fundo, nele eu mergulhava por horas e era tão feliz! Ainda
mergulhava no açude onde aprendi a nadar, tudo isso, nas
horas de folga, pois ajudava meu pai no engenho onde
passava parte do dia trabalhando e às vezes brincando, por
entre os alambiques e barris. Observava o mel nos tachos
fervendo em uma fornalha enorme. Gostava de fazer alfinim
e mais ainda de comê-lo, era uma delícia. E nos finais de
tarde, sempre tomava caldo de cana com limão junto com
meu pai. E assim, o tempo passava e eu não percebia. Me
encantava com tão pouco, mas que para mim, era um
mundo mágico e tão admirável.A lua era a mais bela e
encantadora, por não haver luz elétrica na vila. Brinquei
de roda, de amarelinha, de boca de forno, pulei corda,
banhei na chuva e amava deitar depois desse banho em
lençóis quentinhos cheirando a limpo e com cheiro de
patioli, uma planta cheirosa que minha mãe usava na água.
Ficava ouvindo ainda o barulhinho da chuva no telhado
e sentindo o cheiro inesquecível da comida da minha mãe.
Estudava em casa, aos puxões de cabelos e cascudos da
minha mãe, mas aprendi muito, comecei escrever por volta
dos treze anos, enchendo as paredes do meu quarto de
papéis escritos. Enfim, amei tudo na minha infância, menos
as surras que eu peguei. Mas tudo bem, valeu. Era assim
mesmo, naqueles tempos. Hoje sou uma cidadã de bem e
tenho paz comigo e com todos e tenho muita saudade de tudo.
Kainha Brito
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