terça-feira, 8 de setembro de 2015

Dafne Stamato


















Meu Patrono Visto Por Mim
Patrono: Clarice Lispector
Acadêmica: Dafne Stamato
Cadeira: 10

Como eu vejo Clarice Lispector?
Não é fácil explicar. Toda a sua obra fala infinitamente melhor que qualquer palavra que eu possa escrever. Quando eu penso em Clarice Lispector penso em uma mulher intensa, que escrevia como quem fosse capaz de ver os sentimentos com uma lupa. Ela "pegava na Jugular" dos sentimentos. Uma mulher inquieta e questionadora. Que tinha como principal fonte de inspiração seus próprios sentimentos.
Uma mulher que escrevia como quem fosse salvar vidas... "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida."
Uma mulher que desabrochava quando escrevia... "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Difícil destacar suas frases mais expressivas, mesmo porque se tem uma coisa que ela sabia fazer era ser muito expressiva, sempre!! 
Para eu falar de Clarice como gostaria teria que reler sua obra, e em cada uma delas certamente encontraria muitas mulheres, muitos sentimentos, alguns contraditórios, uma mulher que tenta explicar para si mesmo, seus sentimentos e com isso acabou por enriquecer a vida de todos que tiveram contato com sua obra.
Resumiria Clarice como uma grande mulher, que tem em sua obra uma biografia de seus sentimentos, descrito com uma clareza e detalhamento capaz de nos emocionar, tocar, Capaz de fazer com que a gente se sinta traduzido. É isso, ela nos traduzia como ninguém.
Quando eu leio Clarice, sempre estou indo além... Sempre encontro exatidão e vastidão em sua obra. Não há o que falar sobre Clarice, sua obra fala por si só.

Um olhar de Clarice pela própria Clarice

"[...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma amadora?
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”

A importância da maternidade

“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

Textos extraídos do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.

Biografia resumida de Clarice Lispector
Clarice Lispector é uma das escritoras mais aclamadas da literatura modernista brasileira. De origem ucraniana, Lispector veio para o Brasil quando ainda era uma criança de colo. E se interessou pela literatura logo que aprendeu a ler e escrever. Com sua escrita intimista, Clarice surpreendeu ao colocar o inconsciente nos seus escritos. 
Clarice Lispector nasceu em 1920, em uma cidadezinha chamada Tchetchelnik que fica localizada na Ucrânia. Dois meses após o seu nascimento, a sua família mudou para o Brasil.

Clarice Lispector passou a sua infância no Recife, e então mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde cursou Direito e então começou a trabalhar na impresa.
Em 1943, ela públicou o seu primeiro romance, "Perto do Coração Selvagem", no mesmo ano ela se casa com Maury Gurgel, que era seu colega de faculdade, e que havia ingressado na diplomacia, teve que partir para a Europa.
Clarice então acompanhou seu marido, e assim ficou quinze anos no exterior, porém continuou escrevendo para a imprensa e publicando seus contos e romances.
Lispector teve dois filhos, Pedro e Paulo, nascidos em 1948 na Suíça e em 1953 nos Estados Unidos, respectivamente. O primogênito foi diagnósticado com esquizofrenia. Separada do marido em 1959, voltou a viver no Rio de Janeiro. 
Em 1966, Clarice provocou um incêndio em seu quarto e quase perdeu a mão direita. A escritora dormiu com um cigarro aceso e precisou passar meses internada. Os anos que se seguem são de depressão para Lispector, que ficou com cicatrizes do incidente. Em 1974, devido a uma mordida de cachorro no rosto, Clarice precisou ser operada por Ivo Pitanguy.
Por “Laços de Família”, uma de suas obras mais aclamadas, recebeu o Prêmio Jabuti. A importante escritora era amiga de intelectuais como Samuel Wainer, Rubem Braga, Fernando Sabino, Lúcio Cardoso. Otto Lara Resende chegou a afirmar: "Você deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata de literatura, mas de bruxaria".
Em 1977 Clarice publica seu último romance, chamado "A Hora da Estrela",pois acomedita de câncer generalizado, ela acaba falecendo no dia 09 de dezembro do mesmo ano, véspera de seu aniversário.

Obras de Clarice Lispector:

Romances
- Perto do Coração Selvagem de 1944;
- O Lustre de 1946; 
- A Cidade Sitiada de 1949;
- A Maça no Escuro de 1961;
- A Paixão Segundo G.H de 1964;
- Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres de 1969;
- Água Viva de 1973;
- A Hora da Estrela de 1977;

Contos de Clarice Lispector
- Alguns Contos de 1952;
- Laços de família de 1960;
- A Legião estrangeira de 1964;
- Felicidade Clandestina de 1971;
- Imitação da Rosa de 1973;
- Onde Estivestes de Noite de 1974;
- A Via-crucis do Corpo de 1974;
- A Bela e a Fera de 1979;

Fonte: Educação globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário