terça-feira, 17 de novembro de 2015

APOGEU CLÁSSICO * JOÃO URAGUE FILHO*





EVENTO: APOGEU POÉTICO - CLÁSSICO

Patrono: Fernando Pessoa

Acadêmico: João Urague Filho


Cadeira: 02

HOMENAGEM À ANTONIO ALEIXO

Meu bom Aleixo, obrigado,
Pelos versos que escreveste;
Em cada trova um achado,
Desse mundo que viveste.

Mas não mudou nada não,
Do mundo que aqui trovaste;
Modernos sempre serão,
Os versos que tu cantaste.

No palco do mundo a vida,
É história mal contada;
Desigualmente parida,
Uns tem demais, outros nada.

Uns se fartam nos banquetes,
Outros vivem de pobreza;
O céu na terra para estes,
Estoutros: nada na mesa!

Uns trabalham quanto podem,
E nada tem do que são;
Estoutros neles se escondem,
Com ares de bom patrão.

Pobre vive de esperança,
E depois de desenganos;
Quanto mais quer nunca alcança,
Vivesse quinhentos anos.

Por mais que tenha de resto,
Não sobra nada no fim;
Só prazer de burro honesto,
Na disputa do capim.

E prosperam desonestos,
Dão se bem nas eleições,
Enquanto o povo modesto,
Vai vivendo de ilusões.

Tem os que morrem de fome,
Não só fome de comida;
Fome não só do que come,
Do que não come morrida.

Fome de vida vivida,
Fome de amor e carinho;
De vida plena de vida,
Por esses ínvios caminhos.

De modo que, trovador,
Preste bastante atenção,
Nas trovas com que o senhor,
Cantava, te cantarão!

João Urague Filho

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