Projeto : Meu Patrono Visto Por Mim
Gonçalves Dias e Ana Amélia: Eternos no amor.
Patrono: Gonçalves Dias
Acadêmico: Moacir Luís Araldi
Cadeira: 01
Amor eterno
Em 1904, São Luís do Maranhão estava em clima festivo para as homenagens aos 40 anos da morte do poeta Gonçalves Dias.
Como relata o jornalista Rozalvo Barros Júnior: “A poesia estava em cada canto da cidade iluminada por versos amorosos e românticos.”
Na sala do Teatro Arthur Azevedo muitas poesias eram lidas para lembrar o poeta.
Ao fundo dela uma senhora com seus 73 anos é pouco notada.
Antônio Lobo, reconhecido declamador é chamado ao palco. Respira fundo. O público faz uma pausa.
“Quando Antônio Lobo começou a falar não se estava mais na Terra”.
Continua o Jornalista: “Era o Céu que se encontrava, por alguns minutos, na Terra.”
Certamente foi uma noite de fortes emoções e muita transcendência poética.
Num dado momento esta senhora começa a chorar.
Soube-se então, que era Ana Amélia Ferreira do Vale, Musa Inspiradora de Gonçalves Dias. Ao ouvir o poema “Ainda Uma Vez – Adeus” ela não se conteve, pois o poema foi feita para ela.
Nas minhas divagações eu fico tentando entender o que esta mulher passou na vida por não poder viver o amor que sentia. Certamente ela não se manifestou publicamente da mesma forma que o poeta.
Mas o fato descrito acima, penso, toma pra si toda a grandiosidade do amor e não há no mundo poesia que expresse com mais clareza os sentimentos amorosos de alguém.
Ana Amélia, paixão do poeta, era uma bonita e risonha moça, entretanto,
por causa de preconceitos de cor e raça, a mãe da jovem não permite o namoro. O poeta não tenta mudar a opinião materna, fato que ele lamentou pelo resto de sua vida.
Certamente o amor não vivido por eles reflete tantos outros, pois era uma época em que a comunicação era restrita e os pares, em sua maioria, escolhidos pelas famílias, ou, no mínimo, submetidos a sua aprovação.
As mudanças comportamentais se mostram extremamente rápidas nos tempos modernos, mas o sentimento amoroso haverá de se manter sem alterações, exceto na sua concepção social, pois jamais se pode concordar que fatores irrelevantes e mesquinhos impeçam alguém de ser feliz.
Que se respeite o desejo de todos e que o amor se eternize nos corações como se eternizou na vida de Ana Amélia e Gonçalves Dias, mas que seja motivo para versos felizes e de correspondência na vida de todos.
Leia o poema “Ainda Uma Vez – Adeus” no link:
Na foto o poeta e sua musa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário