Projeto : O Meu Patrono Visto Por Mim
Patrono: Manuel Maria Barbosa du Bocage
Acadêmica: Maria João Brito de Sousa
Cadeira: 06
NASCEMOS PARA AMAR
Nascemos para amar; a Humanidade
Vai, tarde ou cedo, aos laços da ternura.
Tu és doce atractivo, ó Formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.
Enleia-se por gosto a liberdade
E depois que a paixão na alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.
Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na (sua) ideia acesas,
Amor ou desfalece, ou pára, ou corre:
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.
Bocage, in 'Sonetos'
NASCEMOS PARA AMAR II
"Nascemos para amar; a Humanidade"
Desdiz-se de tal forma e tanto o faz
Que, desse mesmo Amor, fica incapaz
E nel` se exalta em estranha ambiguidade...
"Enleia-se por gosto a liberdade"
Na mansidão cobarde; ao mais audaz,
Se impede a reconquista de uma paz
Que a todos traga, enfim, fraternidade...
"Qual se abisma nas lôbregas tristezas"
De inflado umbigo e causa pouco nobre,
Suspirando, tão só, por vãs riquezas,
"Amor, ou desfalece, ou pára, ou corre"
Sem noção do que são razões coesas
E torna-se, de Amor, muito mais pobre!
Maria João Brito de Sousa - 01.11.2015 - 13.55h.
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