quarta-feira, 27 de julho de 2016

Patrono: Dante Alighieri Acadêmica: Simone Medeiros Cadeira: 25 MEU PATRONO VISTO POR MIM


Nada mais prazeroso
Falar de um poeta majestoso
Meu patrono, meu Eu inspirador
Agradeço-o aos céus, este laço d' amor

Patrono eu o vejo, homem digno
Por muitos no passado, foi indigno
Mas por séculos tentam hoje corrigir
Retirar-lhes os espinhos e fazer florir

Por entre sua história flores perfumar
Dante Alighieri, poeta nascido para lutar
Contra as corrupções políticas florentinas
Foi presa fácil diante das línguas felinas

Traições, calúnias e difamações
Foi papel importante na vida das gerações
Separou-lhes os filhos, mulher e coração
Se viu Dante, sozinho distante da razão

Exilado e sofrendo a angústia de viver só
Vendo a cada dia seus ideais virarem pó...
Dante foi do inferno ao paraíso, c' seus ais
Recebendo dos céus, amparos celestiais...

Na escrita, deixou-nos u' legado de canções
Divina Comédia, palco de suas sensações
Nalgumas rimas poéticas, foi um tanto feliz
Quando escreveu por amor em versos à Beatriz

Amor como o de sua Beatriz, Dante o aqueceu
Por amor à sua musa, inspirada pena escreveu
Lindos sonhos, versos de amor seu coração leu
Triste sina, pobre musa à morte não sobreviveu...

Tantos e tantos sonetos sua pena c' amor chorou
Mas foi Dante feliz c' o que a vida pela dor te deu
E foi por estes versos q' meu ego por ele sintonizou
Eu o sentira vivo dizendo-me o q' de fato ocorreu...

Simone Medeiros
13/07/2016
Ilustração: Google



Patrono: Affonso Romano Santanna Académico: Sanjo Muchanga Cadeira: 08 Evento : MEU PATRONO VISTO POR MIM


Encontro Inesperado

Um encontro inesperado entre o escritor Brasileiro Affonso Romano Santana e o poeta Moçambicano Sanjo Muchanga. Quando os encontrei era dois desconhecidos num Bar da Avenida, entre copos e conversas a sagrarem o saber poético de dois continentes diferentes. Ninguém imaginava que já se conhecia pela escrita e que um era patrono do outro ou o outro falava do outro, apenas falava da literatura e suas virtudes. Então decidi junta-los numa única conversa. Olá Affonso, tudo bem?
Bom dia Maria como vai a saúde - respondeu o Affonso. Esta óptima só o cansaço mesmo. Vejo que estas bem servido por aqui. Claro que sim, conheci o confrade que diz vir de terras distantes de Moçambique. Desculpa a minha distracção chamo Sanjo Muchanga- apresentou se o poeta Sanjo Muchanga? Perguntou a Maria. Sim! Respondeu o poeta. Mas que ironia do destino, enfatizou a Maria. Como foi orquestrado esse vosso encontro?
SM - Por acaso senti uma cede enorme e decidi aqui para mata-la. Ao entrar encontrei o magnifico Affonso a pingar a poesia alcoólica e literária, e me impressionei. Mirei os goles que desciam na garganta como as cortadas vocais da mulata do Rio de Janeiro quando samba, e disse isso eh uma poesia real.
Só que os seus ouvidos não são surdos ouviram a minha metáfora e dai a conversa nos uniu nesta conversa. Falamos de tudo menos nada. Apenas deixamos as apresentações para depois o que infelizmente não aconteceu porque chegaste Maria! Mas estou ainda impressionada com tudo isso, espero que reflictam as tendências literárias que vos unem como académico e patrono. Apelou a Maria. ARS. - Mas Sanjo, como começas a navegar o mundo literário, será que foi por influência ou por recomendação? Não me diga que também começaste com a mesma doença dos poetas da tua idade.
SM. - Todo doente não sabe ao certo como começa a doença, apenas sabe que esta doente, assim como eu não sei ao certo se foi por causa do amor de adolescência ou foi por ausência do carinho do meu pai. O que sei, eh que tive muitas influências da própria vida da chegar a este nível.Sanjo, te espero no Teatro Municipal para uma noite de poesia mais logo eh que o tempo já me deixou. Para ti Maria nos avistámos por ai cuida do nosso confrade. Despediu-se o Affonso.
Pode deixar amigo, sossegou a Maria. Não repara essa situação políticaSanjo porque mesmo eu que sou brasileira não entendo nada, vamos ao encontro dos outros académicos, convidou a Maria. Relaxa Maria no meu país há casos muito complexos que o do vosso país. Podemos deixar a politica para os políticos e vamos ao encontro dos nossos confrades? Desviou o Sanjo. Claro amigo. Respondeu a Maria…

Sanjo Muchanga



Patrono; Olavo Bilac Acadêmico; Paulo Miranda Barreto Cadeira; 17 MEU PATRONO VISTO POR MIM


É, sem qualquer sombra de dúvida para mim, uma subida honra ter como Patrono um tão ilustre poeta como foi (e continua sendo) Olavo Bilac.
Sinto-me, honestamente, incapaz de honrá-lo em toda sua grandeza e significado haja vista o fato inegável de que sou nada mais que um humilíssimo operário das palavras.
Ele, eleito ‘príncipe dos poetas brasileiros’, autor do Hino da Bandeira, um grande nacionalista, deixou-nos uma extensa e louvável obra poética e literária.
Sentir-me-ia um embusteiro se pretendesse falar qualquer coisa acerca de Olavo Bilac que já tenha sido falada por inúmeros outros. . . Seria de uma pretensão assombrosa tentar enumerar suas incontáveis qualidades enquanto poeta. . .
Ciente de minhas limitações , opto por manifestar minha imensa admiração por esse tão laureado bardo brasileiro ofertando aos caros confrades e confreiras não um poema meu em sua homenagem, mas um de seus mais memoráveis sonetos( e o meu predileto).

Via Láctea (trecho XIII)

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
( Olavo Bilac ).
(Publicado em Antologia Poética - Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. p. 28)



MEU PATRONO VISTO POR MIM Patrono : Francisco Sotero dos Reis. Acadêmico : Natinho Costa Fênix. Cadeira : 14


Queridos confrades, queridas confreiras: Bom dia. Hoje nós vamos conversar um pouco sobre Francisco Sotero dos Reis. Bem, falar sobre essa ilustre personalidade, é falar também da nossa língua portuguesa, pois foi ele um dos primeiros estudiosos de nossa Gramática, nos anos oitocentistas. Francisco Sotero dos Reis, foi um daqueles grandes nomes de nossa Literatura, mas que nunca saiu de sua terra, a cidade de São Luís do Maranhão. Figura de destaque do magistério do Maranhão, foi professor de Latim do Liceu Maranhense, um grande referencial da educação na época. Se para o estudante era um prestígio, imagina ser lente de uma entidade tão bem conceituada. Mas Francisco Sotero dos Reis, também foi jornalista, poeta, estudioso das literaturas portuguesa e maranhense. Seu nome figura entre vários estilos de época ou periodização, pois sua escrita ora se mostra de uma tendência para o Arcadismo, ora para o Romantismo, e ora para o Neo - Romantismo. Francisco Sotero dos Reis pertenceu ao famoso grupo maranhense, juntamente aos poetas e escritores Gentil Homem de Almeida Braga, Gonçalves Dias, Joaquim Serra, Sousandrade, Odorico Mendes, Antônio Henriques Leal e outros. Em São Luís, seu nome figura numa praça e numa escola, e para encontrar obras desse autor hoje, é bem difícil, pois se tornaram raríssimas. Somente a título de curiosidade, é interessante frisar que ele é primo, por parte materna, da primeira romancista do Brasil, a também poetisa Maria Firmina dos Reis, autora do primeiro romance afro, intitulado Úrsula. Queridos, espero ter passado o meu recado. Saudações literárias, saúde e paz. Observações: em outras postagens, eu já falei sobre a sua biografia. Abraços.



Patrono: Charles Baudelaire Académico: Moisés A. Jalane Cadeira: 15


EVENTO : MEU PATRONO VISTO POR MIM

Prezados leitores, confrades e confreiras, com o vosso perdão: hoje, não irei de encontro com o programa... estou aqui, fora da mão, tentando me preparar para o exame semestral.
Ademais, para não me passar despercebido, vou colar aqui uma analise muito boa que achei dum dos poemas do meu patrono Baudelaire; até breve :-)

As Janelas

Aquele que olha de fora através de uma janela aberta, não vê nunca tantas coisas quanto aquele que olha uma janela fechada. Não há objeto mais profundo, mais misterioso, mais fecundo, mais tenebroso, mais radiante do que uma janela iluminada por uma candeia. O que se pode ver à luz do sol é sempre menos interessante do que o que se passa por detrás de uma vidraça.Neste buraco negro ou luminoso vive a vida, sonha a vida, sofre a vida.

Para além do ondular dos telhados, avisto uma mulher madura, já com rugas, pobre, sempre debruçada sobre alguma coisa, e que nunca sai. Com seu rosto, com sua roupa, com seu gesto, com quase nada, refiz a história desta mulher, ou melhor, sua lenda e, por vezes, a conto a mim mesmo chorando.

Houvesse sido um pobre velho homem, teria refeito a sua com igual facilidade.

E me deito, feliz por ter vivido e sofrido em outros que não eu mesmo.

Vocês talvez me digam: "Tem certeza de que esta lenda é a verdadeira?" Que importa o que possa ser a realidade situada fora de mim, se ela me ajudou a viver, a sentir que sou e o que sou?

Charles Baudelaire

O poema em prosa "As Janelas" sugere no seu título um conflito de realidades, já que a janela por si só é um objeto de contato de dois mundos diferentes, o de fora e o de dentro.

No primeiro parágrafo, o eu-lírico deixa transparecer sua opinião ao argumentar que prefere as janelas fechadas, pois estas nos permitem enxergar além daquilo que existe de fato ("Aquele que olha de fora através de uma janela aberta, não vê nunca tantas coisas quanto aquele que olha uma janela fechada"). As janelas abertas, iluminadas, nos mostram apenas o que há do lado de fora, ou seja, o mundo exterior, real, enquanto as janelas fechadas, pouco iluminadas, exatamente por sua imprecisão, nos permitem enxergar dentro de nós mesmos, enxergar um mundo interior, muito mais amplo, onde podemos viver, sonhar e sofrer a vida("O que se pode ver à luz do sol é sempre menos interessante do que o que se passa por detrás de uma vidraça").

É diante de uma janela fechada que o eu-lírico avista uma mulher e com base em alguns detalhes, algo na aparência, um gesto, quase nada, ele é capaz de imaginar uma história para ela, uma história que o emociona ("Com seu rosto, com sua roupa, com seu gesto, com quase nada, refiz a história desta mulher, ou melhor, sua lenda e, por vezes, a conto a mim mesmo chorando"). Ele ainda diz que fosse ela (a mulher) um pobre homem, seria igualmente fácil recriar sua história ("Houvesse sido um pobre velho homem, teria refeito a sua com igual facilidade"), pois a realidade nos detalhes pouco importa, a importância dos detalhes consiste em ser o ponto de partida para a inspiração do eu-lírico; aquilo que o transporta à um novo mundo, um mundo que não se prende às realidades, o mundo dos pensamentos.

Depois de ter vivido e sofrido em outros através das histórias criadas, o eu-lírico se sente realizado e feliz, pois mesmo que as experiências vividas nas histórias não tenham acontecido com ele de fato, ele foi capaz de se emocionar e aprender com elas; feliz também por conseguir enxergar outras realidades que não apenas as dele mesmo, ampliando seu universo interno e externo ("E me deito, feliz por ter vivido e sofrido em outros que não eu mesmo").

No último parágrafo, o eu-lírico dialoga com o leitor, supondo que este lhe pergunte acerca da veracidade das histórias ("Vocês talvez me digam: 'Tem certeza de que esta lenda é a verdadeira?'"), ao que o eu-lírico prontamente responde: "Que importa o que possa ser a realidade situada fora de mim, se ela me ajudou a viver, a sentir que sou e o que sou?". A veracidade das histórias que criamos não importa pois o real objectivo delas é o de ajudar na compreensão da vida e de nós mesmos.

O autor monta o texto em cima de oposições, antíteses, que ficam presentes em nossa mente do início ao fim da leitura, sendo a principal o par "janela fechada versus janela aberta", que dá margem às antíteses que se seguem, reforçando essa oposição: "mundo interno versus mundo externo", "realidade versus sonho", "escuro versus claro", "preciso versus vago", "pensamentos versus acções". Todas estas antíteses caracterizam a janela fechada (mundo interno, sonho, escuro, vago, pensamentos) em oposição à janela aberta (mundo externo, realidade, claro, preciso, acções).

Bibliografia:

-BAUDELAIRE, Charles. "Pequenos Poemas em Prosa";Florianópolis, 1988.

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Aluno: Giselle Roza Accampora
Dre: 108062528
Turma: LEB



Patrono: Gonçalves Dias Acadêmico: Moacir Luís Araldi Cadeira 01




TEMA: MEU PATRONO VISTO POR MIM.

Em 1862, buscando melhoras em sua saúde, Gonçalves Dias foi à Europa. Não obteve melhoras, decidiu voltar ao Brasil a bordo do navio Ville Boulogne. Queria estar no sua terra natal, Maranhão, onde deseja morrer.
Com seu estado de saúde bastante comprometido, com uma tuberculose bem agravada, e cujo estado foi confirmado pelo próprio comandante Etienne, quando disse que, dez dias antes do naufrágio, o passageiro havia piorado bastante, enquanto dois dias antes da fatalidade, pouco acordo dava de si, querendo dizer que o poeta já se encontrava semimorto. Agonia esta que teve seu ponto final quando o navio bateu na croa, partindo-se em dois ou mais pedaços, momento em que tudo foi invadido pelas águas, quando o poeta foi vítima de afogamento. Ou como melhor informou o capitão:
- Quando o navio bateu e se partiu, ele correu até a câmara, onde encontrou o passageiro já morto. Revelações que não se sabem de sua autêntica veracidade. É possível que o piloto francês e sua tripulação salvaram suas próprias vidas apenas , principalmente porque não sabiam da importância e nem conheciam a identidade daquele estranho passageiro. Desta forma, perdera ele a vida, aos quarenta e um anos de idade. Do mar seu corpo nunca saiu, nunca foi localizado. Eternamente repousado no oceano pátrio o maior poeta romântico indianista brasileiro.

Minha homenagem em versos ao meu patrono:

GENIAL

Genialidade nas linhas que escrevias,
Que se perpetuam por gerações,
Genialidade nos versos que querias,
Entalhar amor e pátria nos corações.

Genial para exaltar um povo,
Uma nação, uma ideologia, um país,
Genial para buscar o verso novo,
E uma forma brasileira de ser feliz.

Gênio com morte triste dirão, talvez!
Naufragou com o navio que o trazia
Morreu o romântico de grande altivez.
Genial poeta GONÇALVES DIAS.

(Moacir Luís Araldi)
Imagens Google



Patrono: Paulo Coelho Acadêmico: Mauricio Duarte Cadeira: 18 Meu Patrono Visto por Mim


Nesse texto pretendo frisar os livros de Paulo Coelho que mais me marcaram através de rápidas observações que pontuo. São eles:
. O Monte Cinco
. Veronika decide morrer
. Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei
. O vencedor está só

O Monte Cinco é quase um relato bíblico e me recordo que comecei a lê-lo ao mesmo tempo em que lia também, o Evangelho Segundo Jesus Cristo do Saramago. Como eu consegui conciliar as duas leituras não me lembro. O livro me trouxe em detalhes à época do Profeta Elias e sua vida em torno do Divino Pai, do Divino Filho e do Divino Espírito Santo. Para uma boa Lectio Divina (leitura orante da Bíblia) nada melhor do que essa história; fora isso, trata-se de uma grande narrativa, lindamente contada.

Veronika decide morrer narra as desventuras de uma moça que tenta o suicídio e é internada numa clínica psiquiátrica por causa disso. Um livro muito intrigante que eu adorei, apesar de mexer um bocado comigo. Sinto como se fosse hoje, mesmo tendo passado muito tempo de o ter lido, o frio na barriga cada vez que eu retomava a leitura. Como em todos, ou na maioria dos seus livros, o autor traça inúmeras passagens espiritualistas ou de espiritualidade ao longo da trama.

Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei é sobre a aventura amorosa de um devoto católico que está prestes a se ordenar padre na igreja católica e uma moça que o encontra na Europa depois de anos sem se verem. Os dois se apaixonam e ambos terão que fazer escolhas cruciais em suas vidas. Quando li esse livro pela primeira vez foi um exemplar emprestado da minha mãe e eu lembro que me impressionou muito a linguagem simples e direta que caracteriza o texto do Paulo Coelho.

O vencedor está só narra a saga de um dia no show bussiness e nos grandes negócios das elites em Cannes, onde top models, candidatas a atrizes, atrizes de verdade, atores famosos e atores nem tão famosos, empresários, estilistas e um assassino em série estão presentes num thriller de muita emoção, mas de contemplação espiritual também, como não poderia deixar de ser em se tratando de uma obra de Paulo Coelho. Quando li o livro que ganhei de presente dos meus pais, num aniversário meu, senti a mesma sensação gostosa da leitura rápida e fluída pela cabeça, enquanto eu lia O Alquimista, muitos anos antes.

Deixo o link do vídeo em que o autor descreve momentos de criação e como eles ocorrem na vida de um escritor. O vídeo está em inglês.https://youtu.be/vKBOKLF3Ul8

Observação: Esse vídeo é disponibilizado no blog oficial do autor:http://paulocoelhoblog.com/



Patrono: Carlos Drummond de Andrade Acadêmica: Mírian Cerqueira Leite Cadeira: 12


EVENTO : MEU PATRONO VISTO POR MIM

Meu fascínio por Drummond me revelaram um amor à primeira vista e a validade da identificação.
Portador de irreverente criatividade e domínio da língua que lhe permite o suporte da sua linguagem. Drummond ainda criança foi expulso pelos jesuítas do Colégio Anchieta por insubordinação mental. Seus escritos mostram a incessante busca do sentimento do mundo. Tudo é banhado pela luz de sua criação através da criação. Nada escapa de seu fazer poético! Transfigura a alquimia do verbo e vai além. Nada é tão pequeno que não possa poetizar. Vejamos no POEMA DO JORNAL / O fato não acabou de acontecer / e já a mão nervosa do repórter / o transforma em notícia. / O marido está matando a mulher. / A mulher ensanguentada grita. / Ladrões arrombam o cofre. / A polícia dissolve o "meeting". / A pena escreve. / Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.
Aos 22 anos se aproxima de Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. E vai além do modernismo!
Publica em 1928 o célebre poema "NO MEIO DO CAMINHO", na Revista de Antropofagia. Neste poema acontece uma separação entre o que há e a sua poesia pessoal que se caracteriza pela filosofia do cotidiano e a primazia da objetividade.
Chefe de gabinete do ministro da Educação, Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, e dono de vida reclusa e metódica de burocrata, Drummond mostrava o contraste no espírito insubordinado de sua poesia.
Solitário, revela esta solidão no POEMA DAS SETE FACES: "Vai, Carlos! ser "gauche" na vida."
Cria e recria a própria vida.
Minha homenagem vai em forma de poema sobre o seu poema:
"A EXCITANTE FILA DO FEIJÃO"

Larguei tudo, poeta e fui à fila do feijão.
Cedinho como disseste.
E sem certeza de trazer dois quilos...
Mas tive esperança de uma vida inteira.
Tu bem me orientaste,
o tempo não importa.
Sei que o feijão é de todos
assim como a liberdade
o amor
o ar
mas há que tudo isto conquistar.
Insisti e não desisti.
Amanhã outros quilos serão distribuídos
e é isto que torna
a busca excitante
do grão negro que ambiciono.
Comer é um projeto e há gritos
há desmaios
há prisões...
Que grande aventura Carlos!
Que cotidiano é esse, dramático, que pede e grita:
Feijão! Feijão, ao menos um tiquinho!
Olha isso, poeta...
Caldinho de feijão para as crianças...
Feijoada, essa não: é sonho puro,
mas um feijão modesto e camarada
que lembre os tempos tão desmoronados.
Pois é, Carlos!
Esperar é o que vale
e esse povo sabe
enquanto leva as suas bordoadas
e digo: Tu o disseste
há tempos
e hoje é isto que ainda acontece.
Teu recado vou seguir
largo tudo
largo o verso comedido,
largo a paz do meu jardim vocabular,
e vou lá
sofrer na fila do feijão.
Com sua licença e seu perdão.
Mírian Cerqueira Leite



Patrono: Manuel Maria Barbosa du Bocage Académica: Maria João Brito de Sousa Cadeira: 06


A MASCARADA

Quis vestir-me de Gata Borralheira!
(prenunciava, o nome, o meu futuro...)
Pus uns sapatos do cristal mais puro,
Transformei num palácio uma lareira...

P`ra dar veracidade à brincadeira,
Vesti o meu vestido verde-escuro
E, não fora o sapato ser tão duro,
Duraria o "reinado" a tarde inteira,

Mas... fende-se o botim, quebra o cristal,
Fica o pezito em sangue e dói-me tanto...
(a criada, no auge da aflição,

tentando reparar tão grande mal,
consegue-me acordar do estranho encanto
porque, em vez de acudir-me... varre o chão!)

Maria João Brito de Sousa - 29.01.2008 -16.47h



Patrono : Ferreira Gullar. Acadêmica : Maria Ivoneide Juvino de Melo EVENTO : MEU PATRONO VISTO POR MIM



Numa fascinante missão de discorrer sobre meu patrono Ferreira Gullar o qual sob meu ponto de vista é um dos literatos brasileiro vivo que nos proporcionam grandes obras literárias, nasceu José Ribamar Ferreira, adotou pseudônimo FERREIRA GULLAR, mesclou "Gullar" do sobrenome da mãe e "Ferreira" , sobrenome da família.
Além de ser um eminente Poeta , sempre teve convicção política como militante do Partido Comunista Brasileiro , o que lhe custou um exílio durante a ditadura militar , e é ocupante , com enorme merecimento , da cadeira 37 da ABL , Academia Brasileira de Letras . Ferreira Gullar centraliza as temáticas de suas poesias na questão social , denunciando os problemas relacionados aos fatos da sociedade como um todo , dentre eles a desigualdade existente . Testemunha de uma realidade contraditória e injusta , Gullar recriou em seus versos a lucidez e a revolta frente a um tempo vazio de sentido . A diversificada produção do Poeta origina-se de um múltiplo escritor que tem sua ótica poética aguçada no descompasso social diante da transparência do mundo .
Convido os caros leitores apreciadores da Academia Virtual de Letras a mergulhar comigo nalguns textos poéticos os quais perfila o Ser Humano, poeta que fala o que a gente sente de uma maneira simples que faz a gente sentir o que ele sente maravilhosamente.
No meta poema abaixo , Gullar expressa , em seu discurso poético , uma forma de protesto contra a desumanização e a sub vida brasileira em uma realidade sofrida do cotidiano e nas desgraças de nosso tempo . As descrições dos problemas sociais negadas em cada estrofe da poesia afastam-no de qualquer estímulo para se compor uma criação poética.
Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão.

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerilha seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

– porque o poema, senhores,
está fechado: “não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
Neste poema abaixo a expressão “ cantiga “ remete-nos a um sentimento lírico amoroso onde o tema “ amor “ é cantado de uma forma sublime . É o canto da paixão em que o amado usa de uma vassalagem amorosa para que , mesmo diante da morte , sua amada perpetue-o em um espaço junto a ela para embarcar seus sentimentos .
Cantiga para não morrer

Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Em uma visão aguçadamente política , Gullar evoca , em sua poesia, uma denúncia sobre a realidade do Nordeste Brasileiro com o poder dos coronéis que mandam e desmandam no povo subordinado a eles , tratando a todos com muita desumanidade , demonstrando , assim , seu poder e sua força , e o Poeta denuncia no poema a realidade dos fatos .
João Boa Morte - Cabra Marcado para Morrer

Essa guerra do Nordeste
não mata quem é doutor.
Não mata dono de engenho,
só mata cabra da peste,
só mata o trabalhador.
O dono de engenho engorda,
vira logo senador.

Não faz um ano que os homens
que trabalham na fazenda
do Coronel Benedito
tiveram com ele atrito
devido ao preço da venda.
O preço do ano passado
já era baixo e no entanto
o coronel não quis dar
o novo preço ajustado.

João e seus companheiros
não gostaram da proeza:
se o novo preço não dava
para garantir a mesa,
aceitar preço mais baixo
já era muita fraqueza.
Não vamos voltar atrás.
Precisamos de dinheiro.
Se o coronel não quer dar mais,
vendemos nosso produto
para outro fazendeiro.

Com o coronel foram ter.
Mas quando comunicaram
que a outro iam vender
o cereal que plantaram,
o coronel respondeu:
Ainda está pra nascer
um cabra pra fazer isso.
Aquele que se atrever
pode rezar, vai morrer,
vai tomar chá de sumiço.
Três textos luminosos que nos confrontam com o que de melhor o poeta pode nos proporcionar, três visões diferentes, mas que se acoplam num mesmo sentir !



Patrono:Jorge Amado. Acadêmica :Maria Aparecida. Cadeira :28.. Evento :MEU PATRONO VISTO POR MIM.


Falar do meu patrono e fazer poesia ,Nascido na Bahia e já aos 14 anos ingressou na vida literária,escreveu ,romances ,contos poemas biografias ,peças de teatro,Jorge conquistou com seus escritos o coração do povo brasileiro, através de novelas ,cinemas peças de teatros.
sua literatura era popular
tocava direto no coração
seus contos viravam novelas
seus poemas exalavam paixão
gostava de escrever trovas
é como todo trovador
se tornou imortal
nos contos que aqui deixou
esse baiano era encantado
espalhava poesias
deixa seus leitoras
imaginando fantasias
Jorge das Gabrielas
dos capitão de areia
jorge que encantou
Jorge que o amor exaltou.
Cidinha Almeida.
11/07/2016.



Patrono : Manuel Bandeira. Acadêmica : Luiza Senis Cadeira 33



Meu Patrono visto por mim.

O que marca a poesia de Bandeira é
a simplicidade
Linguagem absolutamente clara revela
um olhar sutil sobre o cotidiano mostrando o que se esconde atrás
das situações cotidianas sua verdadeira
face oculta
O que marca os poemas de Manuel Bandeira é um suave toque melancólico
disfarçado de um olhar irônico
Alguns críticos arriscam dizer seria devido a sua doença .
Morreu aos 82 anos de parada cardíaca e não de tuberculose, a doença que o acompanhará durante grande período de sua existência.
Nasceu dia 19 de abril de1886
Recife -Pernambuco
Morreu - 13 de Outubro de1968 com hemorragia gástrica foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras no Cemitério São João Batista cidade do Rio de Janeiro. Manuel Carneiro de Souza Bandeira
Deixou sua poesia a nós enebriar a alma. .
Parafraseando Manuel Bandeira.

" Arte de amar".

Esquece a tua alma e saberás
O que é ter felicidade
A alma não carece se pronunciar
Fora do corpo de carne poderá
alsar vôos verdadeiramente significativos
Daqui pra frente eu discordo
do poeta então dou por término.
Luizaluzsenis.



Patrono: Rubens Alves Acadêmica: Luiz Bernardo Cadeira : 29 Projeto: Meu Patrono Visto Por Mim.


Exaltando "MEU PATRONO VISTO POR MIM "

Falar de Rubens Alves é falar de um mito, porém real em sua passagem terrena, é falar da sua fé inabalável, de sua crença em que a educação tem o poder transformador dentro da sociedade, de que da sala de aula se levarão muito mais que os aprendizados acadêmicos, pois embutido nos ensinamentos dos mestres haverão as noções básicas de convívio social e da importância de que todos devem contribuir a seu modo para uma sociedade melhor e mais justa. Falar de meu patrono e entregar-se ao estudo não só da mente mas também da alma uma vez que além de educador, ele foi um reconhecido teólogo, um dos fundadores da Teologia da Libertação.
Falar de Rubens sem citar esses aspectos seria inócuo como um placebo pois sua poesia cheia de lucidez e ensinamentos de vida ultrapassará as palavras e alcançará o divino oficio de transformar o pensamento em versos e expô los como quem desnuda a alma em um sarau mágico.
Então deixo aqui que ele mesmo fale de sua inesquecível poesia

COMO SE FOSSEM PIPAS
RUBENS ALVES



Patrono : Antero de Quental Académico :José Manuel Cabrita Neves Cadeira :07 MEU PATRONO VISTO POR MIM




RETRATO POÉTICO DE ANTERO DE QUENTAL

Filósofo controverso,
Como fragmento isolado,
No mundo vil, alienado.
Trouxe a revolta do berço,
Pra mudar o Universo,
Impondo novas ideias,
Mais humanas, menos feias,
Mais justas, mais solidárias,
Ao patronato contrárias
E contra amarras e peias…

Foi também na poesia,
Poeta dos mais completos!
Talhou com arte sonetos,
Que da alma transcrevia,
Como a vida lhe doía,
Buscando com insistência
Respostas prá existência,
Questionando nos poemas
Os porquês dos seus dilemas,
Entre dogmas e consciência…

Na poesia militava
A voz da revolução,
Em frases do coração,
Que em poemas transformava
E nas palestras que dava,
Vindas dum puro idealismo,
Falava do socialismo,
Com ênfase e entusiasmo,
Para pôr fim ao marasmo
De um latente comodismo…

Mas foi na filosofia,
Que se empenhou mais a fundo,
Procurando ver o mundo,
Como só ele entendia,
Com outra sabedoria,
Numa visão transcendente;
E fê-lo tão fielmente,
Com tanto empenho e amor,
Em que o excesso de rigor,
O deixou frágil e doente!

Os desenlaces vividos,
Bruscos, de pai e de mãe,
Foram as causas também
Dos vários traumas sofridos,
Nos seus já débeis sentidos.
A vida já não lhe interessa,
Foi-lhe madrasta e travessa
E num banco de jardim,
Uma tarde pôs-lhe fim,
Dando dois tiros na cabeça!

José Manuel Cabrita Neves
Carnaxide, 02-07-2016



Patrono: Manoel de Barros Acadêmico: José Leite Guerra Cadeira: 05

MEU PATRONO VISTO POR MIM

Vejo meu querido patrono, poeta Manoel de Barros, como um cultor da natureza. Sua ambiência, o trato diuturno com as exuberâncias de flora e fauna, a sabedoria invasiva do cerne (não fisiologicamente aludindo) mas na essencialidade do fenômeno poético significante e contido, digamos, na alma das criaturas, o fazem um contemplativo. Contemplativo como homem-poeta, trabalhando com sua arte despojada e simples, porém profunda, a temática natural e produzindo poemas ricos em mensagem e conteúdo que não se dispersam. Mesmo aparentando, em alguns momentos, ser sua obra um conjunto de experimentações linguísticas, tão somente, quase que inócuas, Manoel de Barros nos surpreende ao desvendar com sua visão translúcida os meandros, as belezas ocultas nos objetos. O uso de um farto conjunto de neologismos não significa ser ele um dispersivo ou seu tratamento poético infértil por adjetivações ou desmonte de formas conservadoras, simplesmente por um oco exercício estético. Absolutamente. O cuidado que ele tem para com a maturação da linguagem é notório. Creio que somente os menos argutos ao fazer poético ou cingidos por formas conservadoras, rígidas, engessadas e atados a temas clichês, defendendo a palavra literária de quaisquer inovações, seriam alheios ou contrários ao labor de inovação abraçado pelo meu patrono Manoel de Barros. Com este me identifico por entender que o literato, o peão das letras, enquanto a serviço da Literatura (notadamente o poema) é um ser criador capaz de ousar na concepção e estrutura de seus textos, levando em conta todas as possibilidades de imanência e transcendência vocabular que se ofertam. Manoel de Barros é um inventor-criador de versos livres e libertos de quaisquer correntes-algemas que o impeçam de escrever com sua alma serena a sinfonia de sua Poesia espontaneamente bela e bem pensada

Patrono: Machado de Assis Acadêmico : José Adão Ribeiro Cadeira : 03 MEU PATRONO VISTO POR MIM


CARTA (INMEMORIAN) AO SAUDOSO PATRONO: MACHADO DE ASSIS.

Precioso patrono Machado de Assis, sei de sua importância na literatura, pelo que escreveu mostrando seu talento sinto honrado por ser meu saudoso na família AVL, que a cada dia se expande dentro do possível. Não sou tão letrado como muitos são, mas sou o simples cidadão que escreve o que sente sem forçar minhas emoções, te vejo como exemplo e ao mesmo tempo sinto que é meu professor, amadureço a cada dia dentro deste meu mundo de muitas adversidades de busca dentro do meu espaço me sinto mais feliz depois que passei a fazer parte deste mundo literário, mesmo nunca ter publicado um livro com meus escritos a não ser na antologia da AVL com quatro textos autorais. Sinto que por mais textos que eu tenha escrito me sinto ainda um entusiasta que extravasa o que bate em meu ser a todo momento .confesso que aprendo a cada dia a cada letra escrita por mim e lida, sei que nunca tive habito de ler , sei que ainda sinto algumas dificuldade mas certo ou errado busco sempre escrever o que eu sinto e o que esta sempre dentro de meu mundo dando importância ao conteúdo do que é concluído a cada texto , frase versos etc., sei que não agrado a todos , sei que muitos compreende outros não, o que posso dizer é que a vida é para ser vivida melhor forma possível, no qual não importa a simplicidade, mas digo que sou simples e realista que só me conhece quem me compreende de ambas as partes . hó meu patrono saudoso , Machado de Assis,surpreende a cada descoberta e a cada pastagem que faço de seus textos que para mim sempre será diamantes preciosos devido a diversificação de tudo que escreveu nesta sua estadia aqui na terra quero agradecer por ser meu patrono por ter ttantos fãs apreciadores de suas obras em toda camada social há muito ainda para falar de você, por eu ainda estar conhecendo seu acervo dentro de meu espaço, que o prazer das pessoas aumente ainda mais neste mundo literário, portanto saudoso patrono e AVL meu muito obrigado!

Atenciosamente: ACADEMICO: JOSÉ ADÃO RIBEIRO
CADEIRA: 03- ACADEMIA VIRTUAL DE LETRAS



Patrono: Fernando Pessoa Acadêmico: João Urague Filho Cadeira: 02 EVENTO: MEU PATRONO VISTO POR MIM

Álvaro de Campos: Se te queres matar Se te queres matar,...
Se te queres matar

Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...

Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...

Álvaro de Campos Fernando PESSOA, F. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática. 1944

SE TE QUERES MATAR (GLOSA)

Se te queres matar, por precaução,
Mata-te a ti sem dó, porquanto a vida;
É uma ilusão sem graça resumida,
Por que caminhas a esmo nesse chão!

Que falta não farás, pois que cumprida,
Não foste mais da vida que ilusão;
Uma bolha brilhante de sabão,
Que explodisse de si na despedida.

Vai-te da vida! Ergue-te do nada,
Como quem torna ao nada tristemente,
Rodopiado sem rumo pela estrada;

Pouco te chorarão teus descendentes,
Quando subires só na torpe escada,
Sem levares de ti nem a semente!

João Urague Filho

Artes Virtuais: Sônia Gonçalves



Patrono: Walt Whitman. Acadêmico: Hudson Ribeiro. Cadeira: 19.


O MEU PATRONO VISTO POR MIM.

Explode as palavras como rajadas
de nervosa metralhadora
que ao invés de semear mortes
semeia mesmo são sementes
da vida vivida viva e verdadeira
andarilho dos muitos caminhos
descobriu cedo a quem procurava
por entre brumas espessas
a sombra não sombria de si mesmo.
Hudson Ribeiro



Patrono: Paulo Leminski Acadêmica: Geilda Souza de Carvalho Cadeira : 22 Projeto: Meu Patrono Visto Por Mim.



Exaltando "MEU PATRONO VISTO POR MIM "
PAULO LEMINSKI FILHO

“!Meu querido patrono, MESTRE, PROFESSOR!!”
Autora: Geilda Souza de Carvalho
"Poesia autoral"
Ah! Se você estivesse aqui... Meu professor!
Curitibano, nasceu... Paulo Filho Leminski,
Vinte e quatro de agosto de 1944, Sete de junho de 1989.
Seguindo a mesma linha de seu pensamento...

Sua obra conhecer... Escolhi como meu querido mentor!
Para defender com garra, e aperfeiçoar m’inha escrita... Poesia!
Filho mestiço, Leminski Paulo... Grandioso poeta brasileiro...
Brincalhão, faixa preta... Apoiava a arte como grafiteiro...

Músico e espetacular compositor... Era poesia pura!
Ah! Leminski, Paulo... Não está aqui! Gênio da literatura!
Poesia brota, não tem que saber e ou ter motivo!
Emotivo flui com intensidade na Leitura!

Meu pensamento junto... É razão, sem por que!
Estou aqui... Leminski!Apenas de passagem e Hai – Kai aprender!
Hai Kai cai. Em Leminskicanções deixou seu recado,
P!ra gerações futuras, herança de seu legado!

By
Geilda Souza de Carvalho
10 de julho de 2016

Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais



segunda-feira, 25 de julho de 2016

Patrono:Alvares de Azevedo. Acadêmica: Elisabete Decoló. Meu Patrono visto por mim.


Exaltando os imortais,
Com dedicação a poesia.
Alvares de Azevedo, o poeta,
A mais pura sabedoria.

Tão jovem, ainda estudante,
Dedicou-se a escrever.
Com os mestres da literatura,
Conseguiu se entrever.

Conhecido como "Poeta da duvida"
Escrevia como sofredor.
Suas poesias relatam,
O seu mundo interior.

As vezes era irônico,
Um sentimento sobrenatural.
Com frustrações amorosas,
Ora mulher anjo, ora fatal.

Poema sobre o tédio da vida,
Relatava sobre a morte.
Mergulhava pra dentro de si,
Marcas de adolescência, a sorte.

Vivia a meio dos livros,
Muito dedicado a escrever.
Como escritor, e contista,
Deslumbrante, como se pode ler.

Versos sombrios, e cinzentos,
Também cultivou o humorismo.
Irreverente, em algumas poesias,
Marcadas pelo patriotismo.

Muito jovem foi sua morte,
Sua obras publicadas, postumamente.
Por excepcionais poetas,
Suas obras,viverá , eternamente.

Zabele Rosa.
15/07/2016.



O Meu Patrono Visto Por Mim. Patrono: Graciliano Ramos Acadêmico: Elias Torres Cadeira: 11


Sinto-me honrado e privilegiado em falar de Graciliano Ramos o meu Patrono. Segundo meus parentes tenho sangue dele, porque minha avó era uma de suas primas. Foi um escritor e romancista brasileiro. O romance "Vidas Secas" foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do modernismo e o prosador mais importante da segunda fase do Modernismo.

Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal. Seus livros foram traduzidos para idiomas de vários países. Seus trabalhos "Vidas Secas", "São Bernardo" e "Memórias do Cárcere", foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra "Vidas Secas".

Foi comunista e filiado ao Partido comunista do Brasil, sempre preocupado com os problemas sociais de sua época ele sofreu na carne com a escassez. Foi Prefeito de sua cidade (Palmeira dos Índios) e Diretor da Imprensa oficial e da instrução pública do Estado. Esteve preso durante 1 ano por causa da sua ideologia e sofreu muitas humilhações e percorreu vários presídios. Suas experiências e dolorosas de sua vida foram retratadas em seu livro “Memórias do cárcere” e “Vidas secas” é sua obra mais importante. Foi eleito Presidente da associação Brasileira de Escritores em 1951. Hoje é reconhecido como o Alagoano do século.

Ele teve muitos amigos e dentre eles quero destacar alguns como: Carlos Drummond de Andrade, Candido Portinari, Jorge Amado e Aurélio Buarque de Holanda.

Quero aqui compartilhar dois de seus pensamentos que muitos Brasileiros deveriam refletir:

“Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano”. Graciliano Ramos

“Os escritores brasileiros, e falo dos ficcionistas de agora e mesmo os do passado, podem no meu entender ser divididos em duas categorias: os que têm uma 'maneira' de escrever, e são poucos, e os que têm 'jeito', que são alguns mais numerosos. O resto é porcaria”. Graciliano Ramos

Obs: Estou repetindo esse mesmo texto por causa dos novos amigos.



Patrono: Augusto dos Anjos Acadêmico: Antonio montes Cadeira: 16 EVENTO : MEU PATRONO VISTO POR MIM


CANOA SOBRE O CAOS

Colhesse flores em meio à escuridão
plantou jardins sobre escombros
e transformou lixo em indagação.

Deu vida as lagrimas corrompidas
... Assas as dores das despedidas
e se encheu de viver com o fim da vida.

Atirou dardos pontiagudos na paixão
voou com coisas que arrasavam as asas
e cravou fecha ao mais tenro coração.

Quantos desdéns aos desenganos!
Que só o mestre soube falar
para todo sempre: Augusto dos Anjos
achou no caos, um mar, para navegar.

Antonio Montes 15/07/16

"Meu Patrono Visto Por Mim" Patrono: Vinicius de Moraes Acadêmico: Djalma Pinheiro. Cadeira: 13


Nossa falar de meu patrono quem eu sempre chamei carinhosamente de meu mestre é algo prazeroso, pois nosso poetinha eu posso dizer que o sigo desde adolescência, quando escrevia manifestos contra a ditadura e rabiscava alguns escritos. Nós nos policiávamos muito quanto a cultura, na época a juventude era literalmente separada por tribos, tinha o roqueiro que idolatrava os Beatles e se mesclava com o movimento hippie, numa de paz e amor outros americanos e ingleses, tinha pessoal da jovem guarda que ia para as portas das rádios e TV’s gritar os nomes de seus ídolos e a gente éramos totalmente focados pela luta libertaria.

Isso de certa forma nos levava a ficar mais ligados a MPB, por lermos muito ate para passar o tempo literalmente escondidos e erradamente só pensavam que líamos só os clássicos socialistas, pura balela líamos muito autores brasileiros principalmente os que gostavam como eu de poemas, contos poesias e afins.

Ficava fascinado com a desenvoltura com que aquele homem falava e escrevia sobre o amor e as narrativas de como se cortejar e tratar uma mulher, confesso que de certa forma fiquei ate um pouco alienado em ler tudo de meu mestre sem falar que era vidrado em seu comportamento em todos os sentidos da vida.

É isto eu tento de alguma forma ate hoje seguir seus passos muito embora sei que por mais que tente nunca serei cem por cento igual a ele, mas tento viu, em todos os sentidos nas escritas e em como olhar este ser lindo que é a mulher.

Sua abença ai no andar de cima meu mestre e peço licença para postar aqui três de seus escritos e a frase que acho e tenho como sentido de vida.

Ah, meu ver a melhor frase, onde fiquei viciado em fazer frases que acompanham meus escritos.

“Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure”

A parte que me leva aos tempos que militava conta a ditadura.

Pátria Minha

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…

Vinicius de Moraes.”

Com ele aprendi a escrever todos os natais onde sempre lanço um conto.

Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes.”

E por fim tentando segui seu passos a amar uma mulher.

Soneto do Amor Total



Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes.”

Patrono: Chico Buarque de Hollanda. Acadêmico: Antonio Jorge dos Santos. Cadeira: 24 MEU PATRONO VISTO POR MIM


Eternizar-te!

Você chegou com a incumbência
De cantar e encantar corações...
Muita mensagem poética há muitos
Também você agraciou...
Lindas melodias de amor
Que nos corações sensíveis
Suas gravuras neles ficaram...
Caro Chico Buarque de Hollanda
Eu por conhecer um pouco de você,
Já faço de meus simples versos
Pensamentos imortais.
Homenagear você em prosa e verso
Me deixa encantado e feliz.
Tentarei eternizar você
Sempre que possível compor
Versos com rimas de amor.

________Antonio J Santos
12/07/16

Patrono : Cora Coralina Acadêmico: Antonio C Almeida Cadeira :21 EVENTO : MEU PATRONO VISTO POR MIM

“Toda Mulher leva um sorriso no rosto e mil
segredos no coração"
Clarice Lispector
POETISA CORA CORALINA
Para uma futura mulher de direitos.

Para a mulher os caminhos até o equilíbrio dentro da sociedade foi cercado de eventos de coragem e sacrifício. As mulheres que passaram por uma das datas significativas do direito da mulher viveram um marco histórico social.
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York. Nesta mesma época Cora Coralina contava com 20 anos e tinha escrito os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os posteriormente nos jornais da cidade de Goiânia, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, uma afronta para o que seguia nos conceitos de valores da época.
A primeira mulher brasileira a tirar um título de eleitor, foi a potyguara Celina Guimarães em 1927 no Rio grande do Norte, onde nasceu o primeiro voto da mulher. No período que se segue desde o Dia Internacional da Mulher até o primeiro voto Cora tinha em 1911 partido para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas. Viajara com um homem casado, grávida de seu primeiro filho, marcando a época com o confronto com a igreja e sua própria Cidade.
Na década de 60 o movimento feminista invadiu a Europa e os Estados Unidos buscando novos horizontes, queimando sutiãs em praça pública em protesto a antigos padrões sociais, e desde então o universo masculino nunca mais foi o mesmo. No Brasil, a revolução só tomou fôlego de fato na década seguinte. Com a popularização da pílula, a mulher viu-se livre de uma gravidez indesejada.
Em 1956, retorna a Goiás, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, cidade que atualmente, mantém uma casa da cultura com seu nome, em homenagem. Em 1965 em pleno movimento feminista lançou o seu primeiro livro aos 76 anos de idade e despontou na literatura brasileira como uma de suas maiores expressões na poesia moderna. Em 1982 – mesmo tendo estudado somente até o equivalente ao 2º ano do Ensino Fundamental – recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás e o Prêmio Intelectual do Ano, sendo, então, a primeira mulher a receber o troféu Juca Pato.
No Ano de 1984 o Congresso Nacional ratificou a Convenção para eliminar todas as formas de discriminação contra as mulheres, com algumas reservas. No ano seguinte foi reconhecida como Símbolo Brasileiro do Ano Internacional da Mulher Trabalhadora pela FAO. Morreu em Goiânia, aos 95 anos, em 1985.
Os fatos que cercam o poeta e a sua percepção da realidade o torna a pessoa que transparece em seus poemas. Vivendo as realizações e os sofrimentos de uma luta por igualdade desenhou os seus textos sem revolta, com muita humildade e conquistando tantos corações aflitos. Marcando um século, assegurando sua história como marco na formação de uma nova sociedade. São nas atitudes e realizações que membros da sociedade exigem seus direitos a partir de seus exemplos.

Por: Antonio C Almeida

Referências bibliográficas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina
CORA CORALINA - CORAÇÃO VERMELHO
“Saber Viver" - Cora Coralina (Juca de Oliveira) & "Samba da Bênção" - Vinicius de Moraes
Cora Coralina (1/2) - De Lá Pra Cá - 21/09/2009 – TV Brasil
Enciclopédia Itaú Cultural (s/d). Verbete "Cora Coralina" Itaú Cultural.
NUNES, César Aparecido. Desvendando a sexualidade. São Paulo: Papirus. 1999.



Patrono:Jorge de Lima Acadêmica:Andreiihya Marhyá Cadeira:30 MEU PATRONO VISTO POR MIM


Meu patrono JORGE DE LIMA,

É o símbolo de um alagoano,que cresceu no âmbito nacional,através de suas obras que encantaram toda sociedade poética,sendo uma grande inspiração e marco entre os grandes poetas de sua geração,e aqui mais uma de suas obras:

"SONETO DE SAUDADE"

Quem não canta?Quem?Quem?
Não canta e sente?
-Chama que já passou mas que assim mesmo é chama...
A saudade,eu sinto infinda,
Confidente.
Que de longe me acena e fascina...
Mágoa de todo mundo e que tem toda gente:
Uns sorrisos de mãe..uns sorrisos de dama..
Um segredo de amor que desfaz a mente..
Quem não teve?quem?quem?
Não os teve
E os ama?
Olhos postos ao léu,
Altivados,
Á toa
Quantas vezes tu mesmo,
A cismar,de repente
Te ficaste gozando uma saudade boa?

Se vês que em teu passado
Uma saudade adeja,
-Faze que uma saudade a ti
Seja presente!
-Faze que tua mente uma saudade seja!



Patronesse : Adélia Prado Acadêmica : Ana Cristina Cadeira –: 23 Evento: Meu Patrono Visto Por Mim





O Que Me Diz?
Vejo Adélia, numa sábia mulher,
Uma mulher sábia, numa Adélia,
Poetisa feminina e filósofa,
Detentora das letras e das boas palavras,
Bagageando por aí
No seu amor feinho,
No seu Parâmetro,
“Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo”.
Gosto de sua poesia corriqueira
Carregada de certezas
De coisinhas cotidianas
De suas identificáveis situações,
De suas junções de café
Com filosofia.
Vejo em mim um aprendiz
De uma mulher sábia,
Sou dela a melhor atriz,
Tentando embeber o seu jeito,
De pessoa humana.
Ana@Cristina.




quinta-feira, 21 de julho de 2016



Patronesse : Natália Correia
Acadêmica : Ana Carvalhosa
Cadeira: 32
O MEU PATRONO VISTO POR MIM


Um ser multifacetado, com capacidade de enfrentar o mundo que se lhe apresente à frente, na sua rotina do quotidiano, social e cívico, assim o demonstra no seu poema: A DEFESA DO POETA, onde pretendia dizer a viva voz, em pleno tribunal este seu escrito, mas aconselhada pelo seu advogado, não o fez.
Neste poema mais uma vez verificamos a personalidade de Natália Correia, temos a referência ao regime ditador onde cresceu e vivia, "...Sou em código o azul...".
Para mim é a referência do julgamento social a jeito de sátira, referindo-se ao poeta como um ser que não escolhe ser, é-o simplesmente, com maior ou menor pujante de o querer demonstrar, mas seja o que for, a poesia é para fazer sonhar quem a ler, por isso, escreve, sucintamente e arrematando tudo e todos: "...ó subalimentados do sonho! / a poesia é para comer."
Como devoradora de letras, vou aproveitar tão deleite sobre_mesa.


ana'Carvalhosa
16.07.16
.
Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto


Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim


Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes


Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei


Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em criança que salvo
do incêndio da vossa lição


Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis


Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além


Senhores três quatro cinco e Sete
que medo vos pôs por ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?


Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa


Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.


"A defesa do poeta", Poesia Completa, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2000, pág. 330


(nota em rodapé: "Compus este poema para me defender no Tribunal Plenário de tenebrosa memória. O que não fiz a pedido do meu advogado que sensatamente me advertiu de que essa insólita leitura no decorrer do julgamento comprometeria a defesa, agravando a a sentença."
.
sobre_mesa


toalha estendida na relva da vida
jardim de mim semeado e regado
quer teu corpo esteja aceso ou apagado
no meu o olhar é e será sempre o sono
que eterno minha tábua me deu
pesquisar na raíz quadrada de sentir
mais um momento e voltar à fuga
como formiga pisar o recheio doce
que enfeita o piquenique na tarde
e tombar como folha seca de malmequer
na tua mão ou olhar como colher
...
©ana'Carvalhosa


16 jul 16


quarta-feira, 6 de julho de 2016

DIA DOS NAMORADOS - FELIZ DIA DOS NAMORADOS

Patrono : Machado de Assis
Acadêmico : José Adão Ribeiro
Cadeira : 03

Feliz dia dos namorados
Faço votos de felicidades
Encontrem a verdade em si
Levando a quem ama a
Inspiração do amor e do prazer 
Zelando por estes sentimentos

De o que sente 
Ilumine seu caminho
Ame mesmo estando sozinho

Deliciosos que cobrem 
Os momentos de pura magia
Sustentando sempre o querer

Namore com a liberdade
A oportunidade de conhecer de
Mostrar o que realmente pretende
O amor já se mostra no caminho por uma
Real futura união 
Ame o que encanta uma chama de amor conjugal.
Dedique em conhecer o que pode haver
O amor à paixão a confiança sem ilusão
Sentindo a real gratidão.

Autor: José adão Ribeiro.


DIA DOS NAMORADOS - AMOR


Patronesse: Clarice Lispector
Acadêmica: Sheila Santos
Cadeira: 10
Apogeu Moderno
Tema: Amor

Amor de poeta, poesia...

Sou poeta, trovador...
Tenho alma intensa,
Apaixonada,
Sou apenas uma alma sedenta,
Em busca de amor...
Há quem diga que sou louca,
Mas, só quem sente na pele meu poetar,
Consegue, a extensão de meus sonhos, precisar...
Sou poeta porque um dia
O destino me fez poeta...
Deu-me amor ao extremo,
Libertou-me pelas linhas do vento
E, em pensamentos,
Interligou-me pela essência viva das grafias...
Quando escrevo,
Destilam de minhas linhas,
Gotículas encantadas de sentimento,
Que alguns denominam lágrimas
E eu chamo de amor...
Só pode ser amor!
Só o amor explica o por quê
Quando escrevo aos apaixonados,
Consigo tocá-los...
Só o amor elucida,
Como consigo beijá-los através dos versos,
Alguns, até livres de rimas,
Deliciosamente sem métricas,
Outros delicados,
Seguindo a perfeição dos clássicos...
Não importa o escrito,
Toda vez que escrevo,
É como se recitasse em cada ouvido,
Entre carinhos quase mudos,
Inocentes ou impuros...
Com a poesia formo um par de sonhos...
Formamos o amor livre,
Sem pudores, sem pecado...
Minhas linhas formam o desejo
Em forma de palavra...
Minhas palavras,
A intensidade em forma de sonho...
Em cada sonho, acrescento encanto...
Em cada encanto, crio uma estrofe...
Em cada estrofe, distribuo amor...
E em cada gotinha de amor,
Adiciono o gosto suave da poesia...


Aliesh Santos
19.06.2016



DIA DOS NAMORADOS - CARTAS DE AMOR

Patrono: Fernando Pessoa
Acadêmico: João Urague Filho
Cadeira: 02

CARTAS DE AMOR
De amor as quantas cartas que escrevi,
Em que dissera tantas coisas belas;
Entre elas que te amava desde aquela,
Primeira vez que os olhos pus em ti. . .

Que houvera de amar-te além daquela,
E de outras tantas vezes que te vi;
Como se o tempo todo que vivi,
Antes de ti me fosse extinta a vela.

E não mentisse, juro, de verdade,
Por ti ser tudo quanto que sentisse,
Quanto me orvalha os olhos de saudade;

Que hoje cuido como se mentisse,
E o tempo transformasse em falsidade,
As mais belas verdades que te disse!
João Urague Filho